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Ednei Blasius destaca integração entre estados na Espírito Madeira

Ednei Blasius é presidente do Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso) e tem vivido no cargo muito da evolução mato-grossense no setor de base florestal.

O Cipem irá participar da próxima edição do Espírito Madeira e Blasius destaca a importância desse encontro de diferentes estados e produtos para o desenvolvimento do setor no país.

“O setor de base florestal de Mato Grosso estará presente, oferecendo produtos de madeira provenientes de planos de manejo florestal sustentável. Madeira com rastreabilidade, legalidade, sustentabilidade e qualidade. Será um momento único”, explica.

Blasius concedeu entrevista exclusiva à Forest News e debateu, entre outros temas, como o Mato Grosso tem se consolidado como um dos players nacionais do segmento.

Forest News – Mato Grosso tem se consolidado nos últimos anos como um dos destaques nacionais no setor de base florestal. Na sua opinião, quais ações levaram a esse resultado e o que motivou esse reconhecimento?

Ednei Blasius – O Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso) tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento sustentável do setor de base florestal no Estado. Suas principais ações incluem:

  • Promoção da Sustentabilidade: O Cipem trabalha ativamente para assegurar que as indústrias florestais “associadas” sigam práticas sustentáveis, atendendo exigências ambientais e mantendo uma produção baseada na técnica do manejo florestal.
  • Representação Institucional: O Cipem atua como porta-voz para garantir a defesa dos interesses dos produtores junto a órgãos governamentais, na busca por soluções para as demandas do setor, visando desburocratizar processos, aprimorar a legislação ambiental, tributária e assegurar incentivos para o desenvolvimento da economia florestal.
  • Fomento ao Desenvolvimento Econômico: Com ações que visam aumentar a competitividade e a eficiência das empresas, o Cipem busca criar um ambiente mais favorável para os negócios, tanto no mercado interno quanto internacional. Isso inclui a promoção de feiras, eventos e rodadas de negócios, além do apoio à exportação de produtos de madeira nativa.
  • Apoio Técnico e Capacitação: A entidade oferece suporte técnico e promove capacitações para a correta identificação das espécies arbóreas, fundamental para melhorar a eficiência e sustentabilidade na atividade florestal. Oferece consultoria de segurança e saúde do trabalhador na indústria por meio de colaboração com a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt). Também promove treinamentos, workshops e programas de inovação tecnológica que elevam os padrões produtivos e aumentam a eficiência das indústrias, fortalecendo a mão de obra local.
  • Defesa da Imagem do Setor: O Cipem trabalha para melhorar a percepção do setor de base florestal perante a sociedade e as autoridades, destacando a importância econômica e ambiental da atividade florestal, com ênfase na preservação das florestas em pé e no uso sustentável dos recursos naturais.
  • Essas ações contribuem para que o setor florestal mato-grossense seja reconhecido como um exemplo de produção sustentável e conservação ambiental no Brasil e no mundo.

Forest News- Como o CIPEM tem trabalhado em prol do setor de base florestal no Mato Grosso?

Ednei Blasius – O Cipem tem sido uma peça chave no fortalecimento do setor de base florestal em Mato Grosso, focando em diversas frentes para garantir a sustentabilidade, competitividade e reconhecimento dessa atividade produtiva vital para o equilíbrio entre a economia regional e conservação ambiental. Essas iniciativas reforçam o compromisso do CIPEM em assegurar que o setor florestal mato-grossense prospere de forma responsável e sustentável, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Conforme se observa, há um esforço contínuo na melhoria da gestão florestal, com investimentos em estudos e pesquisas que atendem às necessidades de atualização da legislação e dos procedimentos técnicos, administrativos e práticos. O objetivo central dessas iniciativas é corrigir falhas que possam comprometer a sustentabilidade do manejo florestal e prejudicar a biodiversidade.

A execução correta do manejo, com inventários florestais precisos, abrange desde a identificação botânica das espécies, a definição de prazos de pousio adequados, a exploração planejada e aprovada pelos órgãos ambientais licenciadores, até a capacitação das equipes de campo e das indústrias. Esses são princípios essenciais para garantir as boas práticas ambientais.

O Cipem, ciente dessa complexidade e com o apoio do Instituto da Madeira do Estado de Mato Grosso (IMAD), estabelece parcerias estratégicas com centros de pesquisa, universidades, órgãos governamentais e especialistas. Essas colaborações visam promover estudos e pesquisas que comprovadamente fomentam a sustentabilidade, como: o Estudo da Transformação do Pó de Serra em Adubo (Melhorador de Solo), a Capacitação para Secagem de Madeira – Padrão Exportação; Espécies arbóreas mais comercializadas no Estado de Mato Grosso, e o 1º Encontro de Identificadores de Árvores em Mato Grosso.

Forest News – Quais as principais demandas do setor de base florestal ao Poder Público? Recentemente o CIPEM emitiu um alerta sobre a greve dos servidores ambientais. Como foi o atendimento do Poder Público nesse caso?

Atualmente, as principais demandas do setor de base florestal ao Poder Público envolvem questões ligadas à maior eficiência no licenciamento ambiental. Essas demandas são cruciais para garantir a competitividade do setor, que enfrenta desafios relacionados a processos demorados, falta de clareza na legislação e dificuldades para obter autorizações necessárias para operação da sua atividade e comercialização de seus produtos e subprodutos, especialmente no mercado internacional.

Diante da greve dos servidores federais, principalmente do Ibama, o Cipem chamou atenção para os prejuízos causados ao setor de base florestal, decorrentes da paralisação das atividades dos órgãos ambientais. A suspensão das atividades interrompeu a emissão de documentos importantes, como autorizações de transporte e exportação de produtos florestais, o que causou um efeito dominó, refletindo na paralisação na cadeia produtiva da madeira e ocasionando prejuízos econômicos significativos. Mesmo com o fim da greve do Ibama, a falta de estrutura portuária continua a ser um desafio para o setor. Estamos enfrentando um gargalo relacionado à insuficiência de contêineres.

Com isso, as empresas estão tentando reorganizar os prazos de compromissos com bancos, clientes e fornecedores. Apesar desses desafios, o Cipem mantém um bom relacionamento com o Ibama e ambas as partes estão trabalhando juntas para resolver a situação da melhor maneira possível.

Forest News – Qual a importância de eventos como o Espírito Madeira na ação de reunir diversos players do mercado de base florestal nacional?

Ednei Blasius – Participar da Feira em sua segunda edição representa uma oportunidade importante para promover novos negócios, trocar informações e experiências com empresários de todo o país. O setor de base florestal de Mato Grosso estará presente, oferecendo produtos de madeira provenientes de planos de manejo florestal sustentável. Madeira com rastreabilidade, legalidade, sustentabilidade e qualidade. Será um momento único. Nossas expectativas são as melhores possíveis, pois será uma grande oportunidade para nossos empresários ampliarem suas redes de relacionamento e prospectar negócios.