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Júlio Rocha destaca potencial do setor florestal do Espírito Santo

O Sistema Faes/Senar-ES é responsável por representar os produtores rurais do Espírito Santo e tem observado nos últimos anos que o segmento florestal pode se tornar referência nacional.

Júlio Rocha é presidente do Sistema Faes/Senar-ES e avaliou que com investimentos certos e apoio do Poder Público o setor de base florestal pode se consolidar como um “polo nacional”.

“Atualmente o setor florestal capixaba tem uma importante participação na economia do Estado, e pode se tornar um polo nacional nesse segmento. Entretanto para alcançar melhores resultados é necessário um esforço conjunto do setor público e privado”, destacou o presidente.

Rocha concedeu exclusiva à Forest News em que contou também as principais demandas do setor moveleiro, bem como a boa situação econômico do estado tem beneficiado as indústrias capixabas.

Forest News – O Sistema FAES/SENAR tem um papel importante de união entre os setores produtivos, incluindo os setores florestal e madeireiro. Como a FAES/SENAR tem trabalhado em prol desses segmentos nos últimos anos?

Júlio Rocha – Nesses últimos anos temos realizado ações voltadas à segurança jurídica dessas atividades em nosso Estado, seja no combate ao roubo e furto de madeira, seja no combate as inconformidades legais, provenientes por parte de alguns municípios. Temos atuado também nas discussões referente a desburocratização do licenciamento ambiental da atividade, bem como contribuindo para um aumento do diálogo que possa proporcionar a retomada do crescimento da atividade florestal dentro das propriedades de uma forma onde ambos os setores, primário e secundário, saiam ganhando. Aliado a isso, o Senar-ES segue ofertando uma gama de treinamentos voltados, principalmente, aos cuidados no manuseio de equipamentos além de outros de interesse do setor.

Forest News – Atualmente tem observado o setor florestal capixaba? Na visão de vocês, o estado pode se tornar um polo nacional nesse segmento?

Júlio Rocha – Atualmente o setor florestal capixaba tem uma importante participação na economia do Estado, e pode se tornar um polo nacional nesse segmento. Entretanto para alcançar melhores resultados é necessário um esforço conjunto do setor público e privado. A iniciar com o investimento em infraestrutura, como melhorias em estradas e portos, para facilitar o escoamento dos produtos florestais e reduzir os custos logísticos. Além de incentivos fiscais e subsídios, na criação de políticas públicas que promovam a sustentabilidade e a inovação dentro do setor.

Forest News – Na sua visão, quais as principais dificuldades e desafios do setor florestal capixaba para conseguir se desenvolver nos próximos anos?

Júlio Rocha – O setor florestal capixaba enfrenta elevados custos de produção, dificuldade de acesso a linhas de crédito, burocratização do licenciamento ambiental, infraestrutura deficiente, integração com outros cultivos, dificuldade de acesso a benefícios do programa Reflorestar, desenvolvimento de pesquisas a nível tecnológico para diversificar os segmentos consumidores de madeira no Estado.

Forest News – Uma questão importante quando tratamos do setor florestal é a sustentabilidade. Como o Sistema FAES/SENAR observa a preocupação das empresas nacionais em cumprir essa missão?

Júlio Rocha – As empresas do setor florestal têm trabalhado para a redução da sua intensidade de emissão, além disso atuam para mitigar os riscos de natureza climática ao promover a remoção de carbono da atmosfera por meio das árvores cultivadas.

Os 9 milhões de hectares de árvores plantadas absorvem 1,88 bilhão de toneladas de CO2eq¹* da atmosfera. 5,9 milhões de hectares de áreas naturais na forma de Áreas de Preservação Permanente (APPs), Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs); e recuperação de 32,7 mil hectares contemplados em programas de restauração de áreas degradadas em 2019. Assim, para cada 1 hectare de florestas plantadas, conserva-se aproximadamente 0,7 hectare de área natural.

*CO2eq¹: Medida métrica utilizada para comparar as emissões dos vários gases de efeito estufa, baseada no potencial de aquecimento global de cada um.
Fonte:  Site da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá)

Forest News – Qual a importância de eventos como o Espírito Madeira para levar o setor madeireiro e suas atividades para conhecimento do grande público?

Júlio Rocha – Eventos como o Espírito Madeira trazem oportunidades de negócios, promovendo um espaço oportuno para discussões sobre o futuro da indústria madeireira no cenário estadual e nacional, bem como tendências e inovações. Além de debates sobre sustentabilidade, novas tecnologias, regulamentações e práticas de manejo florestal responsável, assuntos cruciais para alavancar o desenvolvimento de toda a cadeia florestal e contribuir para uma gestão mais sustentável dos recursos naturais.

Essa entrevista faz parte da série especial sobre a Segunda Edição da Espírito Madeira, evento que será realizado entre os dias 7 a 9 de novembro, em Venda Nova do Imigrante (ES), reunindo representantes do segmento de ponta a ponta – desde produtores florestais até empresas de alto design.