- 21 de julho de 2024
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O Instituto Jones dos Santos Neves é uma referência dentro do Espírito Santo quando o assunto é o fornecimento de dados socioeconômicos. E o órgão tem observado com atenção o crescimento dos setores florestal e madeireiro em terras capixabas.
“O Espírito Santo já é um dos maiores produtores nacionais, temos grandes indústrias que trabalham tanto no setor florestal, quanto madeireiro. E temos o produtor local que vem ampliando seus negócios e empreendendo e inovando nesse segmento que tem um potencial muito grande de expansão”, explica o diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Silva Lira.
Lira concedeu exclusiva à Forest News em que contou também sobre o momento financeiro vivido pelo Espírito Santo, o aumento nos investimentos públicos e privados no Estado e as previsões econômicas para os próximos anos.
Forest News- Qual a importância do Instituto Jones dos Santos Neves para a sociedade capixaba?
Pablo Silva Lira – O Instituto Jones dos Santos Neves é uma instituição que em 2025 completa 50 anos de história. Desenvolvendo estudos, pesquisas, produzindo dados, produzindo conhecimento científico para subsidiar a elaboração, a avaliação, monitoramento e aprimoramento de políticas públicas. Então o Instituto Jones é uma instituição democrática e republicana que pode ser caracterizada como uma instituição guardiã da ciência capixaba, que contribui para a produção de conhecimento científico capixaba, aplicado, voltado para a melhoria de qualidade de vida da população capixaba, por meio de políticas públicas em diversas áreas.
Políticas públicas territoriais, de gestão e ordenamento territorial. Além disso, estudos sociais na área de segurança pública, pobreza, economia também e estudos relacionados aos eventos climáticos extremos, geotecnologias, estatísticas, políticas públicas em diversas áreas.
FN- Hoje, como o Instituto avalia a economia do Espírito Santo? Como está a saúde econômica do estado, em especial para realizar investimentos públicos?
PS – O Espírito Santo vive hoje o seu melhor momento econômico e social. A gente tem um crescimento econômico de acordo com os dados do PIB – acima da média nacional. No ano passado, no ano de 2023, enquanto a economia brasileira cresceu 2,9%, o Espírito Santo cresceu 5,7%.
E além disso, o crescimento econômico acima da média nacional, o Espírito Santo conta desde 2012, com equilíbrio das contas públicas. É nota A no equilíbrio das contas públicas de acordo com a Secretaria de Tesouro Nacional. E por conta desse equilíbrio nas contas públicas o Espírito Santo vem conseguindo nos últimos anos combinar a realização de políticas públicas, importantes para o desenvolvimento econômico e social do Estado, e o Espírito Santo vem dando uma lição para outros estados porque é um exemplo de um Estado que consegue equilibrar as contas públicas de maneira combinada com o desenvolvimento de políticas sociais, econômicas e ambientais.
E também no ano de 2023, o Espírito Santo realizou o maior investimento de toda sua história, mas de R$ 4 bilhões de investimentos em políticas públicas, o que tem permitido ao Espírito Santo diminuir a pobreza, alcançou a menor taxa de pobreza e extrema pobreza em 2023, aumentar a segurança alimentar, o Espírito Santo é o segundo estado com a melhor condição de segurança alimentar, a segunda maior esperança de vida ao nascer, está entre os estados com menor mortalidade infantil. Essas são evidências científicas e indicadores que demonstram que o Espírito Santo está conseguindo se desenvolver de forma sustentável.
O Espírito Santo, nesses últimos anos, não está cometendo o equívoco de somente poupar recursos. A gente tem que se preocupar com o equilíbrio nas contas públicas, mas o equilíbrio nas contas públicas não pode ser um fim nele mesmo. A gente não pode ter uma lógica economicista, suicida, que somente vai pensar em poupar, sem converter esses recursos públicos em investimento para a sociedade. Então desde 2019, o Espírito Santo vem conseguindo converter equilíbrio nas contas públicas em políticas públicas, realizando o maior investimento proporcional entre os estados brasileiros, comparado às contas públicas.
FN – O turismo é uma das principais molas propulsoras da economia capixaba. Atualmente, como esse setor impacta no PIB estadual e quais os principais focos de atração de turistas?
PS – Hoje a economia do turismo responde por 7%, 8% do PIB do Estado do Espírito Santo. O Espírito Santo vem apresentando crescimento econômico acima da média nacional e a economia do turismo também vem se destacando acima da média nacional.
O Espírito Santo tem uma vocação turística muito forte, sendo um estado compacto, 30 minutos, uma hora, você sai de um clima das praias, dos balneários, e consegue percorrer as rodovias chegar no clima de montanhas. Então tem esse potencial do mar e das montanhas. Tem as dunas em Itaúnas, temos áreas com potencial como Caparaó, no Pico da Bandeira, e também a vocação do agroturismo, do turismo de esportes radicais, como as rampas de voo livre no interior do Estado.
É bem diversificado o potencial turístico do Estado e nesse período que a gente vem vivendo da Reforma Tributária, onde a cobrança do tributo deixa de ser do local de origem para o local de destino, o turismo é um fator que pode contrabalancear eventuais perdas que os municípios capixabas podem ter com a Reforma Tributária.
O Estado do Espírito Santo produto, que tem grandes indústrias em diversos segmentos, e também produtor da agropecuária.
Então se a gente tem atividade de serviço, atividade de turismo forte, isso consegue contrabalancear eventuais perdas da Reforma Tributária, porque o tributo agora passa a ser cobrado no local de destino. Então atraindo a atividade turística para o Estado, crescendo a atividade turística a gente deve ter uma arrecadação melhor nessa nova perspectiva da Reforma Tributária.
FN- Como o Instituto tem visto nos últimos anos o crescimento o setor florestal e madeireiro no estado? Vocês acreditam que seja um segmento que possa ter maior participação na economia capixaba?
PS – O Instituto Jones dos Santos Neves vem acompanhando o desenvolvimento do setor florestal e madeireiro. O Espírito Santo já é um dos maiores produtores nacionais, temos grandes indústrias que trabalham tanto no setor florestal, quanto madeireiro. E temos o produtor local que vem ampliando seus negócios e empreendendo e inovando nesse segmento que tem um potencial muito grande de expansão.
O setor florestal e madeireiro, principalmente na nossa região serrana, em todo o Estado, mas algumas regiões têm vocação um pouco mais forte para esse setor. E a gente tem aí, movimentos de empresários, setor público e também a sociedade em geral, o setor produtivo junto do setor público, somando esforços na realização de grandes eventos como a Espírito Madeira, que consegue projetar esse setor aqui do Estado para o Brasil e para o mundo, devido a altíssima qualidade dos produtos desenvolvidos aqui no Espírito Santos.
Eventos como esse tendem a ampliar ainda mais a atividade econômica desse setor no Espírito Santo e no Brasil.
FN- Na visão de vocês, quais os principais potenciais do Espírito Santo e as principais missões do estado para manter o crescimento nos próximos anos?
PS – O Espírito Santo é um estado que está tendo crescimento acima da média nacional, é um estado que tem equilíbrio nas contas públicas desde 2012 e desde 2019 tem conseguido converter esse equilíbrio das contas públicas em políticas sociais, políticas de desenvolvimento econômico e políticas ambientais, impulsionando e atraindo investimento para o Espírito Santo.
E temos vários setores de destaque, como o setor industrial, em vários segmentos, comércios, serviços, a agropecuária, o agronegócio, o setor florestal e madeireiro, rochas ornamentais, petróleo e gás, então é bem diversa essas cadeias produtivas do Espírito Santo.
O Instituto Jones fez um levantamento dos investimentos previstos para o Espirito Santo e até 2027 estão previstos mais de R$ 65 bilhões de investimentos públicos e privados.
Então o Espírito Santo tende a manter esse crescimento, esse excelente momento que a gente vem vivendo na economia e manter esse protagonismo no desenvolvimento nacional, como um estado-luz no Brasil, ao longo dos próximos anos e nas próximas décadas.
Mas a gente tem que ter muito cuidado e se manter vigilante para manter a casa organizada. Evitando que eventuais aventureiros possam atrapalhar esse processo de desenvolvimento que está bem consolidado aqui no Espírito Santo. A gente precisa de lideranças, tanto no setor público e produtivo, imbuídas do espírito democrático, republicano e também produtivo, combinando desenvolvimento do nosso Estado. É isso que a gente precisa para manter o Espírito Santo na dianteira do desenvolvimento do Brasil.
Essa entrevista faz parte da série especial sobre a Segunda Edição da Espírito Madeira, evento que será realizado entre os dias 7 a 9 de novembro, em Venda Nova do Imigrante (ES), reunindo representantes do segmento de ponta a ponta – desde produtores florestais até empresas de alto design.