- 24 de outubro de 2024
- Posted by: Forest
- Category: Sem categoria
A indústria é uma das molas propulsoras da economia e no Espírito Santo não é diferente. Em uma das economias mais estáveis do país, o setor industrial tem importante participação para esse cenário econômico.
Paulo Baraona é presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) e contou em entrevista exclusiva à Forest News como o setor tem trabalhado em prol do desenvolvimento do estado.
Confira abaixo a entrevista na íntegra.
Forest News – Como o senhor avalia o status da indústria capixaba atualmente?
Paulo Baraona – O setor industrial no Espírito Santo, do ponto de vista de que o Espírito Santo é um dos estados mais industriais do Brasil, nós temos uma indústria extremamente diversificada.
Então, a indústria, de um modo geral, ela já é um dos setores mais importantes da economia. Até porque a indústria é aquela que paga os melhores salários, é aquela cuja inovação e tecnologia é mais desenvolvida.
A grande maioria da inovação ainda deve ser parte da indústria. Então, e a indústria, é toda conectada. De uma forma geral, é um setor que está muito conectado em todas as suas vertentes. A indústria é importante para qualquer estado e qualquer país.
Nós temos agora, recentemente, a nova reindustrialização, através da Nova Indústria Brasileira, que o Governo Federal colocou, e que tem seis vertentes. Então estamos num momento em que a indústria está, novamente, a ter um protagonismo que é crucial para o desenvolvimento do Brasil e do nosso Estado Espírito Santo também
Forest News – Como o Espírito Santo tem trabalhado no desenvolvimento do setor de base florestal?
Paulo Baraona – Bom, da mesma forma, é um setor extremamente importante. É um setor bastante desafiador, em que estamos, cada vez mais, tentando agregar valor ao produto fabricado aqui no Espírito Santo.
Aqui no Espírito Santo, nós temos uma cadeia bem completa, que vai desde o plantio até a produção de vários insumos, sejam móveis, sejam asfaltos de madeira, seja a própria cadeia de papel e celulose.
Temos hoje uma das maiores indústrias do mundo, que é a Suzano. Então é uma cadeia que faz parte, de novo, se conecta transversalmente com outras cadeias produtivas da indústria também.
Então, é um setor extremamente importante. Estamos falando aí de mais de 850 empresas, de mais de quase 9 mil empregos formais, e que exportou em 2023, 5,1 bilhões de dólares para mercados de quase todo mundo.
E que exportou para os principais mercados do México, Chile, Estados Unidos, Espanha, enfim, mais de 56 países. Então, é um setor, de fato, extremamente importante, que casa muito com o viés de exportação do nosso Espírito Santo.
Forest News – Qual sua avaliação da relação entre o Poder Público capixaba e o setor industrial?
Paulo Baraona – Nenhum Estado, nenhum país pode crescer sem haver essa convergência entre o poder público e o poder privado. Eu defendo muito isso, e a FINDES depende muito disso. Exatamente essa interação entre o setor público e privado. Os três poderes, seja o executivo, seja o legislativo, seja o judiciário.
E nós levamos isso muito a sério e intensificamos cada vez mais. E o Espírito Santo, de fato, é um Estado diferenciado. Já há quase duas décadas, que o setor privado tem uma interação muito grande com os três poderes aqui no Estado.
E isso faz o nosso Estado um Estado diferenciado. Isso ajuda a criar exatamente o ambiente de negócios, o ambiente saudável de discussão pública e privada que nós temos aqui. Então, com certeza, isso é um grande diferencial
Forest News – Na sua visão, como as indústrias capixabas têm buscado a sustentabilidade nos processos?
Paulo Baraona – Primeiro, eu queria falar que é importante para a sociedade, que ela compreenda um pouco mais a indústria.
A indústria tem se reinventado nos últimos anos. Temos a agenda ESG, evidentemente, que é uma pauta hoje de governança, uma pauta social e da indústria também.
Então, a indústria tem se reinventado bastante nos últimos anos e tem estado muito atenta a essa pauta ambiental. Até porque, como a gente está falando de madeira, a gente precisa levar para a sociedade como a indústria tem se reinventado e como a indústria hoje é autossustentável em muitas coisas, a partir do manejo de florestas plantadas.
Forest News – Hoje, quais as principais demandas do setor industrial capixaba?
Paulo Baraona – Bem, nós temos a logística e a infraestrutura de acesso aos modais. Algo que não é apenas um problema do Espírito Santo, mas do Brasil.
Então, essa é uma pauta que a gente, como federação, junto com o governo do Estado, tem debatido muito, tem defendido muito a nível nacional, seja do ponto de vista de ferrovias, do ponto de vista de rodovias e até da integração com os portos, que nós temos bastante portos em construção e temos crescido muito nesse aspecto. Então, essa é uma pauta, de fato, importante.
E a outra pauta é a pauta da desburocratização e também aguardar a finalização da reforma tributária. Então, assim, há algumas pautas que atingem a indústria como um todo.
Forest News – Quais suas expectativas para a próxima edição da Espírito Madeira?
Paulo Baraona – É extremamente importante. Nós somos um Estado que, embora pequeno, temos grandes eventos de vários setores da indústria e o evento do Espírito Madeira é mais um evento que veio para ficar. É um evento que conecta exatamente todos os setores madeireiros, que é extremamente importante essa conexão entre todos os setores para o crescimento de qualquer setor, e o madeireiro não é diferente.
Também é muito importante para a sociedade conhecer o setor madeireiro, entender como é que o setor, aproximar os nossos sindicatos de todos os setores. O associativismo, nesse caso, é extremamente importante para o crescimento dos sindicatos de moveleiro, enfim, todos os sindicatos que compõem o setor da madeireira. Então, esse evento conecta todos os atores e traz para a sociedade uma visão mais realista do que, de fato, é o setor madeireiro.